O que o Torneio da França significou para o Brasil?
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A seleção brasileira amargurou um 3º lugar na segunda edição do torneio internacional de futebol feminino. O que deu certo? O que deu errado? Vamos às considerações.
O Brasil escolheu uma competição difícil para começar a temporada. A França e a Holanda são duas excelentes seleções, com boas jogadoras de criação e ataque. É importante para uma equipe em renovação jogar contra quem está no topo e identificar de vez o que precisa ser melhorado para os grandes campeonatos. Muito melhor do que “testar” e ganhar de times menores somente pelos números.
Enfrentando seleções qualificadas, chama atenção a evolução da defesa. Pia chegou ao comando das brasileiras com a necessidade de consertar o setor (principalmente sem Formiga agora) e apresentou algo mais sólido nesses últimos três jogos: cedeu três gols (segunda melhor defesa). Em comparação, o Brasil levou 5 nos amistosos anteriores contra a Austrália.
Tainara e Rafaelle jogaram bem. Os contra-ataques mostraram-se uma boa arma se o time puder trabalhar com mais rapidez e efetividade. Qualidade não falta. Uma troca de passes de primeira no campo de defesa das francesas levou ao lance do pênalti.
No último jogo, contra a Finlândia, o Brasil conseguiu controlar melhor a posse de bola, mas não finalizou com eficiência. As finlandesas já haviam perdido por 5-0 e 3-0, obviamente, foram para o jogo mais retranqueiras, mas esperava-se que o Brasil, muito superior, ganhasse a partida. Uma vitória aqui, a depender do saldo de gols, poderia ter dado a prata às brasileiras.
Um bom sistema defensivo possibilita que o time trabalhe com mais calma, controle a posse de bola, crie com qualidade e finalize com precisão. É a partir do meio-campo que a seleção enfrenta dificuldades: muitos erros na construção ofensiva e, principalmente, no chute ao gol. Estamos no começo da temporada 2022, várias atletas ainda não jogaram ou jogaram muito pouco por seus clubes. As faltas de paciência, entrosamento e finesse ficaram nítidas.
Para os próximos desafios, a seleção precisa encontrar o timing e afiar a técnica. A defesa compacta possibilitará jogadas aéreas também. Aproveitando as oportunidades, as “novatas” foram bem, mas Bia Zaneratto fez falta, assim como Júlia Bianchi, ambas em recuperação por COVID-19. É de se pensar na convocação de Poliana, Camilinha e Andressinha.
Para a veterana Marta, “a questão de construir as jogadas e fazer com mais rapidez, tanto na hora de atacar quanto de defender, é o que vai fazer a diferença nessa equipe. […] O trabalho tem que continuar, a gente tem que ter essa consciência de que somos uma equipe nova, mas que tem muito talento e muita qualidade. As meninas precisam entender que existe uma necessidade de manter uma disciplina de trabalho, de procurar evoluir em todos os sentidos, parte física, parte técnica, porque dessa maneira a gente vai conseguir fazer as ações e jogar contra as grandes equipes, como França e Holanda.” ★
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