Rússia x Ucrânia: como ficam os esportes diante da guerra?
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Após a invasão da Ucrânia pela Rússia, várias federações esportivas internacionais começaram a impor sanções ao país e atletas. Algumas punições se estendem a Belarus, aliada do presidente russo Vladimir Putin. As medidas vão desde o cancelamento de eventos, exclusão de torneios, disputa sob bandeira neutra até a não competição.
No futebol, houve a retirada da final da Liga dos Campeões da Europa 2021/2022 de São Petersburgo. A Fifa proibiu a seleção russa de competir sob sua bandeira, executar o hino e excluiu o país das Eliminatórias para a Copa do Mundo (a Polônia avançará no mata-mata). A Uefa excluiu o Spartak Moscou da Liga Europa e retirou a seleção feminina da Eurocopa.
No vôlei, a Rússia não poderá mais sediar o Campeonato Mundial masculino deste ano. O campeonato oficial da Federação Internacional de Voleibol (FIVB) é o mais importante dentro do ciclo olímpico. Seleções, clubes e oficiais da Rússia e de Belarus, tanto do vôlei de quadra, de praia e de neve, estão suspensos de todos os eventos.
Daniil Medvedev, atleta do tênis e novo líder do ranking da ATP, teve a sua pontuação mantida, mas competirá sob bandeira neutra. A Federação Internacional de Tênis (ITF) excluiu a Rússia e Belarus da Copa Davis e da BJK Cup. Os jogadores ainda poderão competir como indivíduos nos circuitos ATP e WTA e em grand slams, mas não poderão competir sob a bandeira de seus países.
Já a Fórmula 1 anunciou o cancelamento do Grande Prêmio da Rússia marcado para 25 de setembro. A Hass rompeu com o piloto Nikita Mazepin e abriu mão do patrocínio da Uralkali, exportadora de fertilizantes russa (pertencente ao pai de Mazepin). O piloto já havia sido vetado do GP da Inglaterra. Quem deve assumir o lugar do russo nos testes da pré-temporada é Pietro Fittipaldi. Expectativa de que o brasileiro garanta o volante ao lado de Mick Schumacher em 2022.
O Conselho Mundial de Atletismo proibiu todos os atletas da Rússia e de Belarus de competir nos eventos da World Athletics Series e cogita suspender a Federação da Belarus, como faz com a Federação Russa de Atletismo desde 2015 devido aos escândalos de doping.
No judô, a Federação Internacional suspendeu o título de “Presidente Honorário e Embaixador” entregue a Vladimir Putin (faixa preta e graduado no 8º dan). A Rússia não será mais palco de uma das etapas da Premier League de caratê.
O Comitê Olímpico Internacional também retirou a Ordem Olímpica de Putin, além de ter recomendado às federações que excluam atletas russos e bielorrussos e desconvoquem aqueles que já haviam sido convidados. O COI e o IPC (Comitê Paralímpico Internacional) acusam a Rússia de desrespeitar a trégua olímpica. Existente desde a Antiguidade, o acordo prevê um período de paz que começa sete dias antes das Olimpíadas e termina sete dias depois das Paralimpíadas. Devido ao ataque armado, atletas da Rússia e da Ucrânia não poderão participar das Paralimpíadas de Inverno que começam nesta sexta-feira.
“Acreditamos firmemente que esporte e política não devem se misturar, mas a guerra chegou a esses Jogos e nos bastidores há muitos governos que estão influenciando nosso evento. Garantir a segurança e a proteção dos atletas é de fundamental importância para nós e a situação nas vilas se tornou insustentável. Para preservar a integridade destas Paralimpíadas e a segurança de todos os participantes, decidimos recusar as inscrições de atletas da Rússia e de Belarus”, disse o brasileiro Andrew Parsons, presidente do IPC.
Várias das sanções estendem-se para outras modalidades, tais quais badminton, beisebol, natação, hóquei no gelo, rugby, patinação e esqui. ★