Igualdade salarial! USWNT e US Soccer anunciam acordo histórico de US$ 24 milhões

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USWNT comemora vitória na Copa do Mundo de 2019 || Créditos: PA Wire/PA ©

A seleção feminina de futebol dos Estados Unidos chegou a um acordo histórico para encerrar uma batalha legal por igualdade salarial. A resolução promete a elas US$ 24 milhões mais bônus correspondente aos dos homens.

 

A US Soccer (Federação de Futebol dos Estados Unidos) e as jogadoras anunciaram um acordo que dividirá entre elas US$ 22 milhões (aproximadamente 122 milhões de reais), cerca de um terço do pedido inicial em indenização. A entidade também concordou em estabelecer um fundo de US$ 2 milhões para beneficiar as atletas em suas carreiras pós-futebol e esforços de caridade destinados a apoiar o esporte para as mulheres.

Além disso, o acordo prevê uma taxa de remuneração igual para as seleções femininas e masculinas, incluindo bônus da Copa do Mundo, sujeitos a acordos coletivos com os sindicatos que representam separadamente as mulheres e os homens.

A meio-campista Megan Rapinoe, que tem sido uma das líderes do movimento “Equal Pay!”e porta-voz do grupo que reivindica há anos a equiparação de salários e premiações, comemorou o acordo em entrevista ao CBS Mornings:

“O que eu espero e estou realmente orgulhosa é que, você sabe, a justiça vem na próxima geração nunca tendo que passar pelo que passamos. É salário igual a partir de agora.”

A vitória das atletas também foi bastante celebrada por outra figura importante, Alex Morgan, bicampeã mundial e medalhista de ouro olímpica com os Estados Unidos: “Este é um grande passo e consertar essa relação com a US Soccer também é uma grande parte disso e nos sentimos muito confortáveis, felizes e orgulhosas com o momento que chegamos agora, porque é uma grande vitória para nós, para o esporte feminino, para as mulheres em geral, e é um momento que todos podemos comemorar agora.”

 

ASSISTA À ENTREVISTA COMPLETA NO VÍDEO ABAIXO E OS PRINCIPAIS TRECHOS LEGENDADOS CLICANDO AQUI.

 

ENTENDA O CASO

O impasse entre jogadoras da seleção feminina dos Estados Unidos e a federação de futebol do país começou em 2016, quando cinco atletas da equipe nacional apresentaram uma queixa formal às autoridades americanas na qual acusavam a US Soccer de discriminação salarial contra mulheres. Carli Lloyd, Becky Sauerbrunn, Hope Solo, Megan Rapinoe e Alex Morgan levaram o caso à Comissão de Oportunidades de Trabalho Igualitárias.

Sem resposta por parte da US Soccer, as atletas decidiram processar a entidade em março de 2019, três meses antes da Copa do Mundo, sob acusação de “discriminação de gênero institucionalizada”. Solicitaram que o processo fosse classificado como ação coletiva representando todas atletas que tenham defendido a seleção dos Estados Unidos de 4 de fevereiro de 2015 em diante.

Em maio de 2020, tiveram as suas reivindicações rejeitadas pela Justiça. Entretanto, o juiz manteve as alegações do grupo de atletas sobre questões trabalhistas. Em dezembro do mesmo ano, US Soccer e as jogadoras chegaram a um acordo para a melhoria das condições de trabalho.

Nesta terça-feira, 22/02/2022, seis anos após o início da batalha legal entre as partes, a seleção de futebol feminino dos Estados Unidos conseguiu sua vitória mais significativa no processo, com o pagamento de US$ 24 milhões, que será distribuído também entre jogadoras que já não estão mais em atividade, e a garantia da igualdade salarial entre as equipes que representam o país.

As horas adicionais e o estresse e as pressões externas e discriminações que enfrentamos, quero dizer, às vezes você pensa por que diabos nasci mulher?… E então às vezes você pensa como é incrível poder lutar por algo em que você realmente acredita e estar ao lado dessas mulheres … Havia algo mais do que entrar em campo e querer ser titular ou querer marcar gols ou querendo ganhar ou querendo ter a glória.” Alex Morgan.

Megan Rapinoe esclareceu a importância de tal conquista: “Para nossa geração, saber que vamos deixar o jogo em um lugar exponencialmente melhor do que quando descobrimos é tudo… É disso que se trata, porque, para ser honesta, não há justiça em tudo isso se não garantirmos que isso nunca aconteça novamente.” ★

 

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